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Professora de química causa polêmica internacional ao defender sal no chá para deixar bebida menos amarga; entenda

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Publicado pela entidade científica britânica Royal Society of Chemistry, o livro “Steeped: The Chemistry of Tea” (Infundido: A Química do Chá, em tradução livre) de uma pesquisadora e professora de química deu o que falar. Em sua obra, Michelle Francl, professora da Bryn Mawr College, nos EUA, sugere que os amantes de chá coloquem uma pitada de sal na bebida para que ela fique menos amarga.

“Embora possa parecer estranho, a ideia de adicionar uma pitada de sal ao chá para reduzir o amargor está enraizada na ciência. O íon sódio é um elemento-chave do sal e interage com o mecanismo químico que produz a percepção do sabor amargo,” disse a autora em uma publicação no site New Scientist.

Em seu livro, Michelle recomenda adicionar uma quantidade de sal que não vá alterar o sabor, mas que faça o chá parecer menos amargo. Além disso, ela defende que o preparo do chá deve ser feito em uma panela pré-aquecida, agitando a saqueta de chá vigorosamente por um pouco tempo e o servindo em uma caneca pequena e robusta para manter o líquido aquecido.

@brutamerica

This American scientist touched a British nerve over adding salt to tea.

♬ original sound – Brut. – Brut.

Polêmica

Apesar de saber que o seu livro seria lido por ingleses, já que o chá é um dos símbolos tradicionais do Reino Unido, o que a professora e pesquisadora não esperava é que ele causaria uma polêmica que atravessaria o oceano.

O jornal britânico Good Morning Britain, por exemplo, levantou a questão em tom de deboche. “Segundo uma especialista dos EUA, adicionar uma pitada de sal é a solução para uma xícara de chá perfeita. Isso parece um crime.”, publicou o jornal no X. Vários internautas também tiveram uma reação ruim à dica de Michelle.

No fim, até mesmo a Embaixada dos EUA em Londres comentou sobre o caso, em tom de brincadeira. 

“As notícias de hoje da mídia sobre a receita de uma professora americana para a xícara de chá ‘perfeita’ colocaram em maus lençóis nosso vínculo especial com o Reino Unido. […] Portanto, queremos garantir ao bom povo do Reino Unido que a ideia impensável de adicionar sal à bebida nacional da Grã-Bretanha não é a política oficial dos Estados Unidos. E nunca será”, iniciou a postagem da Embaixada americana.

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“A Embaixada dos EUA continuará a fazer chá da maneira adequada — no micro-ondas,” brincou, se referindo à ideia de que os norte-americanos são péssimos bebedores de chá.

Resposta da autora

Em resposta a toda essa repercussão, Michelle Francl publicou um texto bem-humorado no New Scientist. Na postagem, ela disse que não é tão comum que uma cientista inspire um tweet viral da Embaixada dos EUA em Londres, a autora se diz satisfeita ao ver as reações de químicos como ela e do público em geral que já testou as suas dicas e as aprovaram.

Conforme Michelle, o seu livro é um trabalho de amor, já que ela vem bebendo chá por toda a vida e leu mais de 500 artigos científicos sobre o chá para escrever a obra, além de fazer as suas próprias pesquisas. Além da pitada de sal, o livro também tenta trazer respostas para perguntas antigas, como as maneiras com que o açúcar e especiarias podem afetar a qualidade do chá, se o chá é realmente viciante e quanta diferença faz o uso de um bule.

“Uma reflexão divertida para mim é que, no final das contas, para certas pessoas, parece que a tradição sempre superará a ciência. Eu sei que alguns, como os apresentadores do Good Morning Britain, podem nunca aceitar algumas das dicas – aos olhos deles, sou culpada do mais hediondo dos crimes do chá: ser dos EUA”, escreveu.

A autora finaliza contando que espera que o seu livro inspire pessoas curiosas a aprenderem mais e se interessarem pela química.

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