Recentemente, a bailarina e ativista Ingrid Silva vem bombando na mídia – e com muito mérito. Neste texto, vamos contar um pouco mais sobre a dançarina e alguns fatos interessantes sobre ela que talvez você ainda não conheça.
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Ela nasceu no Rio de Janeiro, onde começou a praticar o balé
Com uma linda história de superação, Ingrid Silva morou até os 19 anos de idade em uma vila no bairro do Benfica, que é localizado na zona norte do Rio de Janeiro. Aos 8 anos, Ingrid, que sempre tinha sido interessada em esportes, foi apresentada ao projeto social “Dançando para Não Dançar”. Enquanto participava do projeto, a menina se provou muito boa no balé clássico, demonstrando interesse em continuar a prática.
Ela ganhou bolsas e estagiou no balé antes de decolar
Ainda jovem, Ingrid ganhou uma bolsa para o Centro de Movimento Deborah Colker e para a Escola de Dança Maria Olenewa, do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Já com 17 anos, começou um estágio no Grupo Corpo, empresa renomada com sede em Belo Horizonte.
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Ela foi escolhida para uma vaga no Dance Theatre of Harlem
Ao voltar de BH para o projeto “Dançando para Não Dançar”, onde tudo começou, Ingrid Silva encantou Bethânia Gomes, a bailarina principal do Dance Theatre of Harlem, que estava de visita. Também chamado de DTH, o Dance Theatre of Harlem é uma companhia e escola de balé profissional americana, que dá oportunidades a crianças carentes no bairro do Harlem e em outros bairros da cidade de Nova York.
Bethânia sugeriu que Ingrid enviasse um vídeo para o DTH, que tinha uma vaga aberta. Com muita garra e talento, Ingrid venceu, e o projeto social a ajudou a se mudar para Nova York e aproveitar a oportunidade.
Ela mora há 10 anos em Nova York
Desde então, Ingrid vem morando na grande cidade norte-americana, e hoje vive da sua arte. Porém, em entrevistas, a bailarina afirma ter sido muito difícil no começo. Além de não saber falar inglês, ela teve dificuldades com o clima do inverno, e recebeu doações de roupas. Ela trabalhou como babá, organizando eventos e cuidando de cachorros até ser notada pelo diretor da DTH.
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Ela passou pela transição capilar por conta do preço
Ingrid usa o seu cabelo natural. Em entrevista, ela comenta por que começou: “Por mais incrível que pareça, todas as meninas negras alisam o cabelo por aqui. Comigo não foi diferente, mas gastar US$ 100 por mês começou a ficar pesado”. Porém, após a transição capilar, Ingrid afirma ter encontrado o poder da sua voz. Ela fez a diferença e ganhou popularidade nas redes sociais por ser uma bailarina clássica com black power.
Ela é famosa por pintar a sapatilha com a cor de sua pele
Em uma entrevista de 2017 à revista Glamour, Ingrid afirmou que pintava as sapatilhas com maquiagem da cor de sua pele. Segundo ela, as sapatilhas cor-de-rosa contrastam muito com a sua pele. Ela discutiu bastante a questão racial nessa entrevista, comentando que no Brasil ela nunca teve espaço: “Precisei sair do meu país para ter uma oportunidade. Vou aplaudir no dia que o Brasil tiver uma bailarina negra profissional em uma companhia”.
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Ela tem uma rotina puxada
Ingrid treina cerca de 7 horas por dia, com 1 hora de intervalo entre treinos. Na entrevista de 2017, ela comentou: “A dança é um grande comprometimento físico e mental. Porque o artista vive querendo dar o seu melhor mas, ao mesmo tempo, se critica o dia inteiro.”
Ela fundou a iniciativa Empow’Her
Junto à sua vizinha, Helya Mohammadian, Ingrid fundou o projeto Empow’Her, que conecta todas as mulheres e inspira uma sociedade mais inclusiva. Durante os encontros do projeto, mulheres de todas as áreas trocam experiências e discutem maneiras de deixar o mundo melhor para todas as mulheres.
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Publicou o livro “A sapatilha que mudou o meu mundo”
Nesse final de agosto, Ingrid publicou o livro “A sapatilha que mudou o meu mundo”, onde discute temas como racismo e o lugar da mulher. Nele, Ingrid conta a sua experiência, que usa como exemplo para questionamentos sobre situações complicadas do mundo atual.
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