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Sara Norte conta sobre o seu transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)

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Sara Norte, atriz portuguesa, estreou como convidada do humorista António Raminhos no novo canal que ele acabou de lançar nas redes sociais. Quando entrevistada pelo anfitrião de “Somos Todos Malucos”, Sara Norte revelou ter um transtorno obsessivo-compulsivo, também conhecido como TOC.

“Como já tinha dito, sou obsessiva-compulsiva. Não consigo controlar… ainda agora ia a sair de casa, subi duas ou três vezes para ver se a porta estava bem fechada, toco três vezes na porta e tenho depois de tocar três vezes no interruptor… não consigo controlar, por mais que eu saiba que é parvoíce”, comentou ela.

Com um tom brincalhão, António Raminhos viu a oportunidade para questionar se isso também aconteceu enquanto a atriz esteve presa na prisão de Algeciras, Espanha. Sara ficou encarcerada por 16 meses, entre 2012 e 2013, por tráfico de drogas.

“Quando estavas em Algeciras, quando estavas na prisão, também verificavas quatro vezes se a porta estava fechada?”, perguntou ele. Também dando risadas, Sara Norte lhe respondeu: “Não, mas ia lá tocar-lhe assim”.

Sobre o TOC

Sara Norte foi diagnosticada com transtorno obsessivo-compulsivo, que é um transtorno da saúde mental que pode afetar qualquer pessoa, independentemente da idade ou gênero. Em resumo, o TOC ocorre quando a pessoa se vê em um ciclo de obsessões e compulsões. Enquanto as obsessões são pensamentos e vontades indesejadas que podem acarretar sentimentos negativos, as compulsões são comportamentos praticados pelo indivíduo com a intenção de se livrar das obsessões ou dos sentimentos negativos que elas causam.

Por exemplo, a atriz sempre confere se a porta está bem fechada antes de sair de casa – então a sua obsessão pode estar relacionada ao perfeccionismo ou medo. O ato de voltar e fechar a porta, e tocar três vezes no interruptor e na porta, podem ser comportamentos compulsivos, que a ajudam a lidar temporariamente com a sua obsessão.

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Entrevista com Sara

A entrevista com o humorista António Raminhos não se resumiu à Sara comentando sobre o seu TOC – ela também trouxe outros temas interessantes e bastante pessoais. Em um momento, Sara comenta sobre algo que ela passou a fazer após a morte da irmã: 

“Antigamente eu não me dava ao luxo de ir abaixo. Hoje em dia, desde a morte da minha irmã, que eu me dou, realmente, ao luxo de ir abaixo. E às vezes perguntam-me ‘estás bem?’, e eu digo ‘não, estou na merda’. Não quero falar com ninguém, quero estar sossegada. E não finjo. Tanto que, por exemplo, quando a minha irmã morreu, normalmente, eu sou uma pessoa que, quando acontece algum drama, a família vai toda lá. E eu fui a primeira vez que quis passar as coisas sozinha. Não apetecia ter pessoas na minha casa para fingir que estou bem. Foi a primeira vez que me dei ao luxo de dizer que estou mal”.

Raminhos também falou que, depois de tantas tragédias, como o fato da irmã de Sara ter morrido, ela poderia ter “ido abaixo” e voltado para os antigos hábitos. “Se há momentos de desespero, quando a minha irmã morreu, a dizer para me levarem para ir para o pé delas? Claro que sim. Mas depois tenho que pensar que ainda tenho tanta coisa aqui para viver.” 

Raminhos então pergunta: “E é isso que te levou a não voltar atrás? Sobretudo a tua mãe?”. Sara responde: “Sim, e temos de aproveitar a vida. Porque há pessoas que não podem aproveitá-la. Eu passei os últimos dois anos no IPO, no sétimo andar do IPO. E vi crianças com um ano, com dois anos, a morrerem.” Ela também questionou se “nós que temos todas as oportunidades da vida” realmente deveríamos perdê-las. “Será que isso é justo? Conosco e com os outros? Não”, completou.

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